[RESENHA] 2010: Uma odisséia no espaço II, de Clarke

sexta-feira, 5 de setembro de 2014 0 comentários


Título: 2010: Uma Odisséia no Espaço II (vol. 2)
Série/Coleção:  Odisséia no Espaço
ISBN: 8520911862
Autor: Arthur C. Clarke
Tradutor: José Eduardo Ribeiro Moretzsohn
Ano de lançamento: 1982
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 364
Tempo de Leitura: 4,3h
Classificação: 

Para não te perturbar na leitura irei abaixar divagar um pouco sobre meu gosto pela ficção-científica. Sinalizarei ao fim.


[Divagação MODE ON/]
Não preciso ser repetitivo e dizer que sou dedicado à ficção-científica - e muitas vezes fantasia também. Ao conversar com alguns professores, colegas de trabalho, na faculdade informaram que não leem ficção. Apenas "coisas acadêmicas". O.K. Leio artigo e capítulos de livros acadêmicos diariamente, mas percebo - há poucos anos - que não adianta. Preciso aprender a relacionar o conhecimento que tenho com ideias, acontecimentos e divisar o futuro. O futuro da humanidade, ou das humanidades a depender do autor, é apenas descrito na ficção-científica (sci-fi a partir daqui). Seja na exploração da Galáxia e adaptação a novas inteligências, como em Ender's Saga - de O. Scott Card - e Crônicas Marcianas - de R. Bradbury - e, ainda, Fim da Infância - de Clarke, ou domínio de planetas habitáveis e união (e preservação) da espécie, como em Fundação e Robôs - de Asimov.
Apesar dos autores citados acima discorrerem sobre um futuro razoavelmente distante, a problemática do comportamento humano permanece o mesmo: pode o ser humano ser observado e controlado? A sci-fi já demonstrou que sim. Falta apenas o ser humano, em sua arrogância extrema, aceitar e mudar o curso da história em direção ao universo! O.K. Aqui pareceu folhetim de Von Daniken - o autor de proposições como Eram os deuses astronautas?
Por fim, prestei-me a esta enorme fala para ratificar meu delírio (e algumas vezes alucinações) pela sci-fi e dizer que ela é útil para a ciência, inclusive a que alguns consideram psicologia.
[/Divagação MODE OFF]

Clarke, no célebre 2001, aqui resenhado, apresenta o monolito na lua (AMT-1) e o "grande irmão", monolito (AMT-2) na lua de Júpiter - lembra-te que o planeta-base da obra mudou - quando, ao final, Bowman brada "Meu deus, está cheio de estrelas!".
Assim, a Discovery permaneceu incólume próximo à Júpiter.
Começa-se, então, a saga da (cosmonauta) Leonov em captura dos dados da Discovery e investigação do AMT-2, se possível.
Lembra-te que a nave do livro 1, Discovery, foi abandonada por Bowman enquanto se aproximava do AMT-2 em sua cápsula espacial. [SPOILER ON/]  Narra ainda o retorno da nova entidade (energética) Bowman à Terra.  [/SPOILER OFF].
A trama ainda tem o aparecimento de Bowman, ainda sem menção a Poole, que aparecerá no livro 3001: a Odisséia Final - que, em breve, haverá resenha também.

"- Ainda não. Eu gostaria de fazer uma pergunta.
- Qual?
- Eu vou sonhar?
- Claro que vai. Todas as criaturas inteligentes sonham... mas ninguém sabe por quê. - Chandra, por um instante, fez uma pausa, exalou outro anel de fumaça do charuto, e acrescentou algo que, perante um ser humano, jamais admitiria: - Talvez sonhe com Hal, como costuma acontecer comigo."

A discussão acima, entre Dr. Chandra e SAL 9000 foi um argumento excelente para apresentar a figura fundamental do Dr. e sua relação com a inteligência artificial. Percebe que ele, pai de HAL 9000, sente a falta e precisará - para quem deseja ler o livro não fará diferença o que direi agora - compreender o que aconteceu com Hal. Admito que foi emocionante ver o desenvolvimento do personagem do Dr. Chandra, mas nem só de inteligência, dedicação e pesquisa vive um livro. Há mais pessoas na tripulação que são importantes na obra:
a) Capitã Tanya Orlov;
b) Dr. Valisi Orlov;
c) Dr. Maxim Brailovski;
d) Dr. Alexander (Sacha) Kovalev;
e) Dr. Nikolai Ternovski;
f) Médica-comandante Katerina Rudenko;
g) Dra. Irina Yakunin;
h) Dr. Heywood Floyd - sim! Do livro anterior: 2001;
i) Dr. Chandra;
j) Walter Curnow.

De posse dos dados, não é a tripulação em si que é importante na obra. Quem desempenha um papel fundamental é uma nave - TSIEN, que inicialmente não era nave, que parte em direção a descobertas aterradoras e gloriosas - um tipo especial de "corrida espacial" - desculpa o trocadilho idiota.

Compreende-se mais da entidade Bowman - que tem um papel fundamental aqui e nos próximos livros - que os ajuda a sobreviver. Isto é interessante, já que o acidente com o TSIEN não obteve auxílio. Aparentemente Bowman ainda guarda lembraças dos sentimentos humanos.

O livro, então, pode ser descrito enquanto misto de técnico - quanto aos procedimentos desde a inclusão do Halley - e reflexivo sobre a natureza humana e não-humana.

Não falarei mais, principalmente pela capa acima dado que ela é justificada na leitura. Mas a imagem é muito representativa do livro. É uma das capas de uma versão americana - pelo que encontrei ainda há pouco - e representa o clímax da trama.

A narrativa do autor é detalhada - ele estudou física e matemática - e com muitos toques de interação complexa humana (ou não-humana). E mais ainda: inteligências super complexas!

Se tu não leste o 1 ainda, 2001: Uma odisseia no espaço, não irás compreender este volume 2. Sugiro a leitura prévia.

Falo ainda sobre meu ritmo de leitura que neste livro diminuiu pelos termos técnicos e para eu "compor a cena" com detalhes suficientes, ainda mais com relação aos acontecimentos catastróficos na lua Europa.

Então, esta aí minha recomendação.

Abraço.

0 comentários:

Postar um comentário

 

©Copyright 2011 Vestíbulo dos Mundos | TNB