O inimigo de deus, série As Crônicas de Artur, de Bernard Cornwell

quarta-feira, 25 de junho de 2014 0 comentários

Título: O inimigo de deus
Série/Coleção:  Crônicas de Artur
ISBN: 8501061182
Autor: Bernard Cornwell
Tradutor: Alves Calado
Ano de lançamento: 2004
Editora: Record
Páginas: 518
Tempo de Leitura: 6,3h
Classificação: 

“Hoje tenho pensado, então, nos mortos”.

A citação acima é do narrador Derfel, personagem de Cornwell nas Crônicas de Artur. Tal citação resume adequadamente boa parte do livro. Dado que a narrativa parte da premissa de que apenas o personagem Lorde Derfel Cadarn e o bispo Sansum – chamado de “Santo” atualmente e já nomeado de coisas bem piores – sobreviveram à era arturiana.
Como segundo livro da saga, o autor continua a trama a partir - razoavelmente – da Batalha do Vale do Lugg. Digo razoavelmente já que há divagações sobre a época do Samain para introduzir o leitor na ideia dos mortos e sua relação com este conhecido nas lendas arturianas – e posteriormente também.
A saga continua na busca de Merlim pelas doze relíquias fornecidas pelos deuses que podem restaurar o domínio destes sobre a região da Bretanha – obviamente que Cornwell adicionaria um elemento surpresa: a décima terceira relíquia que se assemelha às sugestões, como de Bradley, do Graal. Aqui a relíquia é denominada o Caldeirão de Clyddno Eiddyn – sim, a nomenclatura pode parecer anômala inicialmente, mas esta completamente contextualizada no livro.
A busca do caldeirão torna seus perseguidores famosos e lendários dado a “magia”  envolvida. Por qual motivo magia esta entre aspas? Explico. Desde o primeiro livro da saga – Rei do Inverno – o autor, Bernard Cornwell, magistralmente reúne elementos que aparentemente seriam tidos enquanto sobrenaturais, contudo são uma reunião de elementos que dão, ao incauto e supersticioso, a ideia de feitiçaria.
Ainda com relação à feitiçaria, apresentam-se novos personagens. Os irmãos que se denominam druidas de um novo tipo: reúnem a magia druida com conhecimentos cristãos. Isto é um fator que os deixa em embate com o grande druida Merlim.
Os irmãos druidas – netos do druida que jogou o narrador Derfel no poço da morte – agora servem a Lancelot em sua nova função. Contaria mais sobre a quem mais eles servem, mas seria spoiler. Então deixo a excelente surpresa para os leitores.
De modo geral o livro parece que vai relatar muito sobre Merlim e Nimue, mas ele se foca na jovem – no sentido de ingênua – ideia de Artur em juntar as pessoas sob juramento de lealdade e amizade – ora por Mordred, ora pela sobrevivência da Bretanha. Quanto ao mimado rei Mordred, finalmente este se torna rei efetivo e – espatem-se! – só piora as coisas.
Então, poderia resumir o livro num triângulo sobrenatural: Lado 1) Merlim/Nimue em busca da retomada do poder dos deuses antigos, Lado 2) Guinevere erigindo a crença em Isis e Lado 3) Sansum/Lancelot promovendo o cristianismo. Artur esta de pé, no meio deles – na figura que tento repassar aqui – lutando para reunir todos na ideia de “um bem maior”: a própria Bretanha. Dado a isto, provavelmente, o título deste livro: O inimigo de deus. Apesar do apelido apresentar uma conotação contra o deus cristão, ele, Artur, também se ergue contra os outros.


“Mordred coxeou para o interior do salão e os seus olhos pequenos traíram o seu ressentimento pela ausência de acolhimento”.


A citação 2 diz respeito à brevidade da descrição das características do Rei e serve como premissa para compreensão da necessidade de aprendizado de auto-controle.

Adianto que um grande amor é desmascarado fantasticamente nesta obra.
A obra, então, merece louvor e glórias. 5 estrelas para este excelente livro.

Fonte da imagem: http://www.record.com.br/images/livros/livro_PTFThQ.jpg

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