2001: Uma Odisseia no espaço de Arthur C. Clarke

terça-feira, 1 de abril de 2014 0 comentários
Título: 2001: Uma Odisseia no Espaço
Autor: Arthur C. Clarke
Ano de lançamento: 2013
Editora: Aleph
Páginas: 336
Tempo de Leitura: 4h
Classificação: 




Como eu havia dito anterior, a Aleph esta fazendo um excelente trabalho no relançamento dos clássicos da literatura fantástica. Sugiro a entra no site com link acima para conferir as constantes novidades - não, eles não me pagam para propaganda.
Dito isto, esta edição conta com um texto in memoriam de Clarke para Kubrick, um texto do autor para a edição do ano de 2001, além de dois contos que serviram de base ao roteiro do filme de mesmo nome e a este livro. Ou seja, é um material indispensável para quem admira e devora este tipo de literatura, ficção-científica.
Isto sem falar no trabalho de capa, como na imagem ao lado, que não é exatamente a capa. É um box que vem com a famosa simbologia de HAL 9000, para quem viu o filme. Mas não te preocupa, quem não viu pode observar a descrição desta inteligência artificial no livro.

A capa do livro em si, bem como lombada e parte exterior das folhas é uma surpresa a parte, o que colabora para a leitura da obra e já representa parte do mistério descrito por Clarke - admito que antes de encontrar as edições da Aleph eu não prestava tamanha atenção à capa, mas à sinopse, contudo seus relançamentos me fizeram observar melhor este "detalhe".
À obra, então.
Ela perpassa por uma terra já formada e dois pequenos ajuntamentos quase-humanos. Espécie provavelmente anterior à humana, contudo que já contava com seu "potencial" genético, que precisava apenas [SPOILER/] com a ajuda de uma inteligência observadora e científica [/SPOILER] de alguns passos para seu pleno desenvolvimento.
A narrativa inicial a respeito da sobrevivência de um grupo, suas especificidades quanto à alimentação e luta por território são incríveis e animadoras. Perpassa ainda pela problemática da "recordação" e laços de parentesco ainda não emergidos da "sopa primordial" - termo furtado da área de biológicas sobre o ambiente primordial que deu origem à vida - do que viria a ser chamado humano.
Inicialmente a narrativa começa demasiado distante de seus fins. Mas com um pequeno toque de curiosidade sobre a justificativa desta narrativa o leitor já embarca numa aventura ao desconhecido que vaga, segundo o autor, por mundos.
A narrativa pré-histórica - da espécie propriamente humana - dá lugar a descobertas espaciais e a descrição ímpar de uma viagem até a lua e o que seria, imagina em 1968, uma base avançada internacional lunar, bem como a descoberta de um objeto na face escura da lua - fruto de inúmeras testagens do ambiente, típico comportamento humano de verificação.
A ideia não é esgotar o livro antes da leitura - espero que o leitor se sinta chamado por esta apresentação -, contudo alguns dados são importantes. Principalmente dois personagens, Bowman e Poole, que são responsáveis pela fase 1 do projeto de aproximação e investigação de Saturno - destino do "pulso" lançado da lua pelo objeto descoberto.
Parte da trama se enleva sobre HAL 9000, a inteligência artificial treinada na Terra com intuito de ser "infalível", contudo que guarda segredos da missão e [SPOILER/] tem que arcar com as consequências de portar segredos e interagir com uma pequena população humana que desconhece estes segredos [/SPOILER] apresenta o relato de falha na antena de comunicação com a base em nosso planeta.
Diante desta problemática, Bowman se encontra em uma nova situação, inesperada e que exige muito de seu treinamento.
Ocorre, então, depois de uma narrativa de um passeio espacial por Júpiter, a descrição de Saturno e suas luas de uma maneira tão envolvente que é de estarrecer que um escritor consiga fazer isto com um leitor. Isto se apresenta até o aparecimento do próximo "monólito" que também outra função a ser descoberta na leitura.
O final do livro levou-me à reflexão sobre os limites da inteligência - humana ou não-humana / vide HAL 9000, bem como sobre o que ocorrerá em 2010.
Agora aos apontamentos, a obra conta com a descrição de HAL 9000 espacial - há duas outras versões na Terra que servem de "Who Watches the Watchmen?" - furtando um termo de Moore em Watchmen. A descrição de Bowman e Poole, o histórico que os formou ou a natureza de sua relação não é pormenorizada e, pela minha pequena experiência em ficção-científica, parece uma lacuna generalizada na área - o que inclui o aqui já descrito Asimov. Mas isto pode ser fruto de minhas experiências com livros de ficção fantástica, vide Bradley, Goodkind e Cornwell, quando os personagens tem suas vidas descritas e escolhas justificadas. O que não caberia neste livro, cuja saga rumo ao desconhecido é mais importante.
Mesmo com esta lacuna, é possível imagina a nave, a estação lunar, a sensação do voo espacial, os monólitos, a aproximação de Jápeto - lua de Saturno - e até mesmo a voz impassível de HAL. O "clima" tenso entre Poole, Bowman e HAL. As comunicações com a terra com seus chiados. A vastidão do espaço e outros acontecimentos pós-Saturno que prefiro não citar, mas que são indescritíveis por um mero leitor como eu.
A leitura, então, da obra abriu-me ainda mais a curiosidade para os clássicos do gênero e novos autores - fica a sugestão de leitura das edições de contos do gênero da SOMNIUM do Clube de Leitores de Ficção Científica.

Fonte da imagem: 2001_1.jpg
ps: Os itálicos são divagações minhas.

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