Deuses de Dois Mundos - O livro do silêncio de PJ Pereira

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014 0 comentários
Posicionamento sobre a (surpreendente) obra de PJ Pereira intitulada Deuses de Dois Mundos, uma trilogia, sobre a qual esta postagem tratará do Livro 1: O livro do Silêncio, pela editora Livros de Safra, selo Boa Prosa - pesquisando sobre o mundo literário e a busca de editora para autores iniciantes descobri que não basta buscar a editora, há inúmeros selos que podem acomodar (ou não) o manuscrito do autor.

Título: Deuses de Dois Mundos
Subtítulo: Livro do Silêncio.
Ano de lançamento: 2013
Páginas: 261.
Tempo de Leitura: 3h.
Estrelas: 5/5.

Uma grata surpresa o livro de P J Pereira. Ele reúne dois mundos: o nosso e o da África ancestral. 
De início, ao ler a sinopse, já tive muitos tipos de medos diferentes dada a minha experiência com Fios de Prata, do famoso Raphael Draccon, que faço questão de não recomendar. Estes dois mundos, um "real" e outro místico são muito bem encadeados e com uma narrativa, em nosso mundo, por e-mails de Newton Fernandes a um misterioso sujeito cujas respostas são apenas comentadas no próximo e-mail - isto deu um excelente toque de mistério sem ser enfadonho e nem acumular questionamentos.
Mesmo com meu nível de conhecimento baixíssimo em antropologia, o texto me fez lembrar das aulas na faculdade quando enredávamos por culturas diferentes, observando hábitos, nomenclaturas e ritos específicos. Isto eu revivi nesta obra que recebeu cinco de cinco estrelas possíveis (por mim!) neste blog.
A narrativa se inicia pelo advinho Orunmilá e [SPOILER ON] o silêncio dos meios de comunicação com Orum - aparentemente uma localização habitada por entes divinos [SPOILER OFF] a busca por respostas a questões imediatas que inviabilizam suas predições e põem em risco o (nosso) mundo (atual).
Com nuances modernas - do ponto de vista de relações sexuais, trabalho e intrigas sociais - o autor descreve a relação entre o místico e o cotidiano em um enredo que, apesar da ausência de descrição do ambiente (que eu adoro), não deixa o leitor em paz e apresenta um elemento novo (personagem/ história / nomenclatura) a cada capítulo. Obviamente é razoavelmente conhecida a nomenclatura pelas minhas aulas de antropologia e convivência em Belém/PA com alguns termos semelhantes.
Há um teor de culinária a qual Newton parece fã. Bem como mulheres belas e compreensivas - quiçá existissem e fossem disponíveis em larga escala!
Acrescento que a capa é chamativa e representativa da obra; o site mais ainda (conferir acima).
Não recomendo, contudo, para quem esta se iniciando no mundo da leitura. Há detalhes e nomes que podem ser suficientes para deixar o leitor (principiante) perdido. Infiro isto pelas minhas lembranças de quando era jovem - um pequeno Padawan - e me perdia nos nomes dos personagens do memorável Pedro Bandeira na coleção Os Karas (recomendo).
Enfim, cada dia fico mais entusiasmado com a literatura fantástica nacional e adquiro avidamente as obras que antes não me deixavam muita expectativa - talvez por conhecer alguns autores de outros lugares, revistas, redes sociais.

Fonte da imagem: http://cover.livrariacultura.com.br/imagens/imagem/capas/308/43000308.jpg

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